domingo, 30 de maio de 2021

Famosos, Maldivas e pavor de aviões


Tempos houve em que as Maldivas eram, para o comum dos mortais, um paraiso distante, quase mitológico, impossível de algum dia alcançar. Até que um grupo de famosos da nossa praça foi tomado pela síndrome do rebanho e rumou em massa para as ditas ilhas do Oceano Índico. Se as primeiras celebridades a lá chegar fizeram figura de privilegiados em busca de um destino exclusivo, os seus sucessores não se livraram dos epípetos de novos ricos escravos das tendências do momento ou "borlistas", espécie de famosos cuja vida pública se resume ao hashtag #pub em que até o ar que respiram é patrocinado. E assim as praias paradisiacas das Maldivas depressa ganharam ares da Costa da Caparica com tanto português reunido em tão poucos kms/2. Só falta mesmo a bola de berlim. Até a inesperada chuva torrencial imortalizada de forma magistral por Fernando Rocha, também ele veraneante nessas paragens, deu um ar açoriano ao clima tropical das Maldivas. Ah e tal, estás é com inveja pensará o leitor mais incauto. Deixem-me no entanto corrigi-los e dizer que o que sinto na realidade é uma profunda admiração por essas celebridades que contra ventos e pandemias, continuam a viajar em lazer para destinos longínquos, sujeitando-se estoicamente às regras sanitárias em vigor. No meu caso, gosto de aviões, não vou negar, mas só lá no alto dos céus, bem longe da minha vista. Não estou a falar de uma mera fobia irracional, o meu corpo é que já demonstrou total incompatibilidade com o transporte aéreo. Ainda tenho suores frios ao recordar uma viagem que fiz a Roterdão. Vertigens, náuseas foram apenas alguns dos ingredientes que fizeram parte do voo. Enquanto os restantes passageiros conversavam animadamente, eu mantive os olhos sempre fechados e implorei que aquela tortura de 2h30, que mais pareceram 12h, terminasse o mais rapidamente possível. No regresso a Portugal, tive de me conter para não beijar o chão da pista de aterragem quando saí daquele engenho demoníaco. E ali jurei a pés juntos que jamais voltaria a entrar num avião. Só que não. Passado um ano viajei para Barcelona, desta vez prevenida com um Enjomin. Não vou dizer que adorei mas foi certamente mais suportável, mesmo com fortes turbulências a meio do trajecto. A curta duração da viagem também ajudou bastante. Certo é que esta foi mesmo a última vez que andei de avião não fosse o diabo tecê-las e aproveitar-se do meu aparente relaxamento. Sendo assim, o paraíso das Maldivas vai ter que ficar para outra reencarnação sob pena de passar novamente pelo inferno. Respeito todos os temerários (inconscientes?) que cruzam diariamente os céus do nosso planeta mas eu decidi ficar-me por Cuba...do Alentejo. 

P.S: Já viram aquela vista? Eu não a veria de certeza😆




 

sábado, 15 de maio de 2021

Por qué non te callas?


Maria João Abreu deixou-nos, infelizmente, na quinta-feira após ter sofrido um maldito aneurisma no fim do mês passado. De todo o lado começaram a chover merecidas homenagens a essa grande artista que os colegas e o público tanto acarinharam ao longo das últimas décadas. E foi no meio dessa onda de consternação que imergiu o inesperado voto de pesar da Maria Vieira: "Venho aqui hoje lamentar profundamente o falecimento da Maria João Abreu, uma das melhores e mais populares actrizes portuguesas e uma figura que nos deixa de forma tristemente precoce e quero ao mesmo tempo manifestar os meus sentidos pêsames a toda a família agora enlutada". Mas afinal essa senhora não é assim tão má como parece, também tem coração...ou não, porque Maria que é Vieira, sempre que se pronuncia, deixa a sua marca...abjecta como diria o grande Nuno Markl. Acontece que Maria Vieira achou por bem continuar a sua suposta homenagem levantando uma questão: "Impõe-se nos dias que se seguem, por razões que nos preocupam a todos e sobretudo por via das notícias que nos chegam um pouco de todo o mundo, relacionadas com as mais diversas reacções à vacinação que está a decorrer, uma resposta a uma pergunta pertinente que corre célere, sobretudo nas redes sociais e que urge esclarecer por quem de direito: A Maria João Abreu foi vacinada contra a Covid-19?". Polémica absurda e despropositada como era de se esperar dessa personagem. Eu tenho uma teoria bem mais consistente e coerente, capaz de ombrear com a iluminada Maria Vieira. Isto na verdade foi tudo culpa da maldição do programa transmitido pela SIC no ano passado, "24 horas de vida", apresentado por Bárbara Guimarães. Se prestarem atenção, dos 4 protagonistas dos episódios exibidos, 3 deles tiveram problemas de saúde graves, sendo que a Maria João Abreu teve o desfecho mais trágico, muito infelizmente. Ninguém esqueceu ainda o AVC sofrido pela Dona Dolores em março de 2020, ela que foi a convidada do terceiro episodio de " 24 horas de vida ". Quanto a Alexandra Lencastre, protagonista do 4o e último episódio, foi infetada por Covid-19 de forma severa no passado mês de Fevereiro e viu-se obrigada a ficar internada durante 16 dias. Mas, e o João Baião? perguntam vocês. Bem, alguém que em 2021 mantém a mesma energia que demonstrava nos tempos do Big Show SIC só pode ser uma força da natureza, um abençoado da deusa genética, o que não me permite incluí-lo nesta teoria extremamente séria sob pena de enviesar as suas conclusões altamente científicas. Sendo assim, todos puderam constatar que, na categoria " teorias da treta, inoportunas que não interessam nem ao Menino Jesus ", consigo competir honradamente com a pequenez intelectual da Maria Vieira

RIP Maria João Abreu 🤍

terça-feira, 11 de maio de 2021

A Vanessa fez as pazes com os unicórnios

 


Se esta Carpete Encarnada conseguiu ver finalmente a luz do dia, muito devo à Vanessa Martins e à sua célebre polémica dos pijamas de unicórnios. Na altura não resisti e em poucos minutos as palavras saltaram como por magia da minha mente inquieta para o fundo encarnado do meu novo projecto. Quer se goste ou não, a verdade é que ninguém passa ao lado da nossa querida Vanessa. Empresária de sucesso e mulher independente, a ex-moranguita não deixa de despertar invejas e discórdias. Eu fico-me no meio termo, ainda não decidi para que lado cair. Certo é que a Vanessa, apesar de ser uma reconhecida influenciadora digital, tem manifestado uma certa dificuldade em criar uma imagem empática junto de uma parte do público das redes sociais. Com o seu ar altivo e frio, não escapa aos comentários pouco abonatórios que frequentemente invadem as suas publicações. Ainda esta semana, publicou uma foto em bikini que não agradou a todos. Eu pessoalmente não gostei, se a intenção era promover um produto, a pose pouco estética acabou por tirar todo o brilho e glamour à peça em questão. E o que dizer daqueles degraus em mármore onde ela se sentou?! Primeiro deve ter gelado o traseiro e os pés e aquelas escadas dão a sensação de serem um perigo iminente para quem tem a mania de andar de meias em casa. Quanto ao famoso comentário "As pessoas hoje em dia não têm pudor! Se estar seminua de pernas abertas enaltece alguém, parabéns. O Marco não perdeu nada mesmo!", é baixo e pouco imaginativo, os haters continuam a não saber puxar pela pinha. Coincidência ou não, a Vanessa optou por uma temática totalmente oposta na sua última publicação. Vale a pena reproduzir aqui para quem não leu: " Por cada mulher que vive atrás de um filtro, está a criar uma insegurança em tantas outras. Não temos de ter todas lábios carnudos, olhos grandes, nariz fino.... Entre amigas há quem confesse “não consigo fazer stories sem filtros” . Estamos a enganar quem? Mas quem é que inventou essa merda de agora sermos todas iguais? De haver filtros que nos fazem sentir momentaneamente melhor e as outras mulheres que veem, fazerem nas sentir pior. Isto faz sentido? “Temos de gostar de nós como somos!!!” (Com filtros) . A saúde mental passa pelas redes sociais e pelas inseguranças que criam. Pela ideia de beleza estar completamente alterada. Este post é um alerta a quem tem poder no digital para abrandar a forma como usa os filtros e a ideia de perfeição e de alteração de rosto que passa para outras mulheres que nos seguem. Divulguem o natural e o normal. Porque é assim que vos vão ver se vos encontrarem na rua. Porque ao vivo somos sempre mais bonitas do que com esses filtros. (A utilização de filtros parte sempre de mulheres com estereótipos de perfeição. As mulheres alteram 10 vezes mais o rosto que os homens. As mulheres fazem cirurgias plásticas para ficarem como os filtros. As adolescentes não querem ir mais à escola se não fizerem preenchimento labial como as amigas.) Está nas mãos das mulheres mudarmos isto". Eu fiquei agradavelmente surpreendida e nem me questionei se esta mensagem era sentida ou apenas mera angariação de popularidade. Quero lá saber, o importante aqui foi mesmo o seu discurso poderoso e inclusivo. Tem de haver mais personalidades como a Vanessa que entendam que o seu mediatismo pode funcionar como um poderoso motor de mudança de certos paradigmas da sociedade actual, neste caso em particular falamos na imagem da mulher nas redes sociais e as consequências na saúde mental desde a adolescência. Eu fiquei rendida, agradecida e dou-lhe os meus parabéns. Infelizmente a sina da Vanessa continua a ser "presa por ter cão e presa por não ter". Não faltaram os comentários negativos de alguns seguidores que a acusaram de ser apologista do " façam o que eu digo e não o que eu faço ". Dessa publicação retiro o essencial, auto-estima, aceitação do corpo, rejeição de qualquer tipo de estandardização da beleza feminina. E o resto é conversa, quero lá saber se a Vanessa fez inúmeras intervenções estéticas, de qualquer forma isso demonstra apenas que afinal também ela, aparentemente tão forte e atraente, sofre de inseguranças como qualquer mulher. 

segunda-feira, 10 de maio de 2021

Mãe do Instagram vs Mãe da vida real

 


Tenho um sonho, talvez um dos poucos que me resta porque os 40 já vão espreitando no horizonte e por isso já tenho idade para ter juizinho. Sonho que um dia esta Carpete Encarnada será um poço de elogios para os famosos. Uma ode aos feitos marcantes das celebridades que consciente ou inconscientemente vão fazendo avançar a nossa sociedade. Mas depois acordo brutalmente e vejo que a futilidade e a inconsequência continuam rainhas e senhoras das redes sociais da dita gente vip do nosso país. Esta semana Cecília Henriques decidiu brindar os seus seguidores com fotos bastante reveladoras onde foi possível ver a sua excelente forma física poucas semanas depois de ser mãe. Se não deixa de ser louvável ter recuperado uma silhueta invejável em tão pouco tempo, também não deixa de ser cansativo essa obsessão que leva tantas famosas a tentar destronar a rainha do pós-parto Carolina Patrocínio. E lá levamos nós o baile de selfies no espelho de celebridades semi-nuas, ansiosas por demonstrar que o mais importante depois do nascimento de um filho é medir diariamente a cinturinha. Vai se acentuando assim a pressão já existente sobre todas as mulheres que passam pela experiência da maternidade. Como se não bastasse todos os desafios que um recém-nascido acarreta, como a amamentação, as noites mal dormidas, as cólicas, entre outros, a mulher que é mãe também se vê confrontada com a ditadura da aparência e carrega com a pressão constante de voltar a ter o corpo de outrora. E mais uma vez certas famosas iluminadas voltam à carga e dizem orgulhosamente que quinze dias depois do parto já regressaram ao trabalho e contam ansiosamente os dias para voltarem aos treinos. E o bebé no meio disto tudo? Um pequeno contratempo necessário para conquistar likes, seguidores, borlas e remunerações extras. Felizmente acendeu-se uma luzinha de esperança no meu âmago quando tive o privilégio de ler a publicação inspiradora da Marta Bateira, de seu nome artístico Beatriz Gosta. A recém-mamã da pequena Luiza escreveu este sábado estas sábias palavras no seu Instagram: 
"Quarta-feira fui à psicóloga e no final da sessão ela pediu-me uma palavra ou frase que abraçasse ou concluísse a nossa conversa. Eu disse SEM PRESSA.
Sem pressa de voltar a ter aquele corpo, de me encontrar, sem pressa de voltar a sentir-me forte, de voltar ao trabalho com tudo, sem pressa de esquecer quem não ficou, de me sentir bonita e feliz...
Aprende a ter PACIÊNCIA, Marta, cada coisa no seu tempo. Agora é tempo de cuidar da Luiza e de me descobrir como mãe". 
Magnífico. Grande mulher e grande mãe. Porque mãe é mesmo isso, aprender cada dia, superar cada dificuldade sem nunca desistir e perceber que apesar das nossas imperfeições e das nossas fraquezas o mais importante será sempre este sentimento incomparável e indescritível que nos liga para sempre a esse ser aparentemente tão frágil mas que nos vira a vida do avesso com a força de um tufão. 

P.S- Escolhi esta foto que inundou os 4 cantos da internet porque se assemelha bastante aos primeiros momentos após o nascimento da minha mais nova. Irresistível, inesquecível e realista❤

terça-feira, 27 de abril de 2021

Assobia para o lado

 



No início deste mês João Catarré despedia-se das filmagens de "Amor Amor" com um agradecimento louvável a "todos os elementos das equipas técnicas e de produção da SP Televisão, que vivem connosco e nos acarinham". Num momento tão delicado para a Cultura, em que tantos trabalhadores do meio artístico viram as suas vidas em suspenso por causa da pandemia, todos os discursos de união e solidariedade no seio do meio artístico são bem vindos. Porque a Cultura também passa por esses profissionais que trabalham na sombra, por trás dos holofotes, por trás dos palcos, sujeitos à incerteza constante inerente à sua profissão. Sem eles, os protagonistas da ficção televisiva não poderiam brilhar, sem eles as cortinas dos teatros não poderiam abrir-se, sem eles a música dos concertos não se faria ouvir. Infelizmente a Cultura é um sector lato e heterogéneo, o que dificulta qualquer tipo de união entre os seus elementos. A grande Noémia Costa teceu algumas considerações a esse respeito numa entrevista ao Fama ao Minuto, referindo-se mais precisamente aos actores:"Penso que a nossa falta de união de classe é tão grande que os políticos se aproveitaram disso para não nos reconhecerem sequer. Acho que deveríamos definir e não criar vários movimentos. Devíamos fazer a união total, conscientemente que aquilo que estou a dizer é uma utopia. A não ser que passem todos por uma crise tão grande como alguns estão a passar que entendam que a união faz toda a diferença. Quando nós nos unirmos, de uma vez por todas deixam de brincar connosco". A atriz revelou ainda que "existem vários movimentos de apoio aos colegas que estão a passar por situações difíceis que o desemprego traz, desde não ter como pagar as contas. São períodos angustiantes, já passei por eles e não foi no meio de uma pandemia. Não quer dizer que o facto de não ser agora comigo eu não me importe com eles". Ou seja, neste momento pede-se empatia e solidariedade entre pares para que a Cultura sobreviva incólume ao terramoto Covid-19. Infelizmente, a mensagem parece não chegar aos privilegiados das artes, àqueles semi-deuses adorados pelas multidões, que há muito esqueceram a condição precária típica das vidas ligadas à Cultura. Vão assobiando para o lado e ignoram ou fingem ignorar a situação aflitiva da sua classe. Enquanto milhares de trabalhadores começam finalmente a ver a luz no fundo do túnel com a reabertura de teatros e salas de espectáculos, uma minoria privilegiada insiste em ostentar sem pudor as férias luxuosas em paraísos longínquos. Enquanto muitas famílias ligadas às artes lutam para ter comida na mesa, algumas celebridades promovem com alarido e sem noção da realidade, dietas milagrosas e jejuns intermitentes. O problema não está nas férias nem nos hábitos alimentares, o problema está na exibição compulsiva promovida pelas redes sociais, exibição essa que despreza alegremente quem tanto sofreu com a pandemia. Falta respeito, falta compaixão, falta solidariedade a todos esses actores, maiores, menores e improvisados, que vendem a sua consciência e a sua integridade moral em troca de likes, visualizações e publicações remuneradas.




domingo, 11 de abril de 2021

As famosas não sabem parir?

 


Hoje a Carpete Encarnada está de volta em versão fofinha ( ou talvez não ). No espaço de 15 dias Cecilia Henriques e Helena Coelho deram à luz duas meninas e as redes sociais derreteram-se perante os primeiros registos das recém-nascidas. Depois dos primeiros momentos de pura felicidade em que o mundo pára para ver os novos rebentos, chega sempre a altura que eu mais anseio, a descrição mais ou menos aprofundada do parto. É então que a porca torce o rabo, salvo seja! No caso da Cecilia Henriques e da Helena Coelho, temos dois relatos completamente antagónicos, duas correntes de pensamento, uma que prevalece no seio das famosas portuguesas e outra minoritária que aos poucos vai, felizmente ( digo eu ), ganhando força.
Na passada quinta-feira, Cecília Henriques esteve à conversa com João Baião e Diana Chaves no programa Casa Feliz. Através de videochamada, a atriz revelou que teve um parto doloroso: " Odiei o parto! Não vou romantizar. O parto é uma coisa horrível. Levei epidural, mas estive 24 horas ou mais a ter contrações e a ver se dilatava. Não dilatava e pronto, cesariana. Gostava que me tivessem dito a verdade, que aquilo é horrível! É ótimo quando ela sai, mas ate lá…". Acrescentou ainda que não voltará a ser mãe: " "Não não não! Está aqui este vídeo para não me esquecer. Há muitas crianças para adotar. Acho que o parto é muito romantizado e há uma pressão gigante para tu adorares o parto, tipo que é mágico ". Ou seja, Cecília Henriques faz parte daquele grupo de famosas que não sabe ou não quer parir. Ter um filho sim senhor agora fazê-lo passar pelo pipi é que nem pensar. Muito menos estar mais do que 12 horas em trabalho de parto que isso é para as pobretanas que têm filhos no SNS ou para as excêntricas que gostam de sofrer. E lá assistimos ao desfile de cesarianas que atacam as pobres celebridades que supostamente sonhavam com um parto natural mas que ao fim de meia dúzia de contrações já não estavam em condições de prosseguir com um parto normal. Numa abordagem oposta da questão, encontramos Helena Coelho. A apresentadora foi mãe este sábado e revelou ao público um pequeno vídeo dos últimos segundos do seu parto: "Este vídeo tem 24 segundos mas resume o trabalho que estive a fazer por mais de 24 horas. Quando achamos que não somos mais capazes, que não suportamos mais dor, que não temos mais resiliência e persistência… passamos por um processo destes e tudo muda. Hoje sei que sou capaz de absolutamente tudo e que virei mãe leoa que protege a sua cria para o que der e vier ". Ora aqui está um relato tranquilo que faz do parto aquilo que deve ser, um acto natural, mais ou menos doloroso mas não um bicho papão previamente formulado nas mentes inquietas de muitas famosas que encaram o nascimento como um contratempo, um mal necessário para chegar a um determinado fim. Por vezes as coisas correm mal, é verdade, a cesariana é em certos casos vital para mãe e bebé mas frequentemente a experiência do parto acaba por refletir a abordagem que a mulher grávida faz a esse momento marcante. Falo à vontade, fui mãe duas vezes, de parto normal ( no Hospital da Póvoa de Varzim tal como a Capicua e a Beatriz Gosta ), o primeiro longo, doloroso e com recurso a ventosa no final, o segundo tranquilo, menos demorado e com a intervenção humana estritamente necessária. Não romantizo o momento mas também não o vou diabolizar. Como em tudo na vida, defendo que nem 8 nem 80. E acima de tudo diria à Cecília Henriques que cada parto é único. É uma experiência incomparável onde deixamos um pouco de nós mas em que aprendemos muito e ganhamos ainda mais. 

terça-feira, 30 de março de 2021

Os famosos e as redes sociais

 

Longe vão os tempos em que as celebridades eram seres quase etéreos e inatingíveis, que enchiam o imaginário do público mas que raramente se materializavam aos olhos dos comuns mortais. As redes sociais, essas malvadas, vieram alterar por completo a relação entre os famosos e os seus fãs. O tradicional autógrafo foi relegado à insignificância em prol da tão almejada selfie e os admiradores transformaram-se em seguidores de uma celebridade feita guru, que passou a vender produtos e estilos de vida. Há uns tempos Viriato Quintela, actor que pode ser visto na novela da SIC " A Serra ", teceu considerações numa entrevista ao Sapo Lifestyle que me parecem dignas de reflexão: " Acho que as redes sociais têm aspetos negativos, mas não nos podemos levar demasiado a sério. Temos de ter uma comunicação que seja empática e para o mundo e não apenas 'olha para mim tão giro e estou aqui a vender uns produtos porque tenho imenso alcance'." Infelizmente a tendência não é essa. Uma grande parte dos ditos famosos divide-se entre as tais publicações ao seu bom aspecto e as tentativas de impingir "tachos e tupperwares" aos seus seguidores. Alguns lá no meio vão soltando uns pensamentos supostamente muito profundos, o que lhes dá um ar muito esotérico e espiritual. Depois surgem mensagens contraditórias como a da nossa querida Júlia Palha que hoje publica essas palavras muito profundas no Instagram: " Stop comparing yourself. Flowers are pretty but so are sunsets and they look nothing alike ". Em inglês os dizeres ganham outra seriedade. Ora bem Júlia, como queres que as pessoas parem de se compararem constantemente quando as redes sociais servem quase sempre para expor corpos e estilos de vida inatingíveis? Que algumas celebridades não hesitam em expor, transmitindo um desfasamento gritante  e por vezes revoltante da realidade actual. E depois surge o tal bullying online contra os famosos que mais não é do que a incapacidade de muitas pessoas de processar a frustração, o desânimo e a tristeza que se apoderaram do pobre povo com esta maldita pandemia. A resposta é simples e reside no que foi dito pelo sábio Viriato: celebridades que promovam a empatia e não se levem muito a sério. Eu acrescentaria autenticidade. Porque o público gosta de pessoas autênticas, que não esqueceram as suas origens. As redes sociais deveriam ser acima de tudo um meio para as celebridades partilharem essencialmente os seus projectos profissionais e a defesa de causas socialmente relevantes sem obstar no entanto à revelação pontual de alguns pormenores mais pessoais. E nunca esquecendo o feedback aos seguidores. Qual o motivo para certos famosos alimentarem redes sociais se não querem estabelecer uma ponte com o público que os alimenta? Os verdadeiros profissionais de qualquer arte não precisam de tiques de super estrela para serem respeitados e reconhecidos. Veja-se a grande Luísa Cruz. No seguimento da sua perfeita interpretação do genérico da novela "Amor, Amor", foi agradecer um a um cada comentário que recebeu no seu Instagram. A grandeza está nesses pequenos gestos de humildade. Poderia ainda acrescentar à Luísa Cruz, a super querida Melânia Gomes, o João Baptista, a Sofia Cerveira e o Renato Godinho mas aí já seria suspeita. 





O messias Fernando Rocha

  ( fonte: www.menshealth.pt) Tal como o Lázaro que regressa do além pelas mãos de Jesus Cristo, a Carpete Encarnada ressuscitou graças ao n...